O teletrabalho como modalidade inclusiva para servidores públicos autistas
- Rodrigo Vitor Couto do Amaral
- 3 de mai. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de jan.

A legislação e as políticas de inclusão no ambiente de trabalho têm evoluído para acomodar as necessidades de pessoas com deficiências, incluindo autistas. Uma das modalidades que ganhou destaque, especialmente após a pandemia de COVID-19, é o teletrabalho. Esta modalidade não só oferece flexibilidade, mas também proporciona um ambiente de trabalho adaptado às necessidades específicas de cada indivíduo.
Fundamentação Legal e Jurisprudencial
O teletrabalho para servidores públicos está fundamentado na Lei Complementar n. 335/2021, que autoriza a implementação dessa modalidade de trabalho no âmbito da Administração Pública Municipal. Esse ordenamento legal destaca a importância da adaptação do ambiente de trabalho para garantir a inclusão efetiva das pessoas com deficiência, permitindo-lhes trabalhar de forma remota mediante o uso de tecnologia.
Além disso, o artigo 27 da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada pelo Brasil e com status de Emenda Constitucional, reforça o compromisso do Estado em garantir adaptações razoáveis no local de trabalho, incluindo a possibilidade do teletrabalho, para pessoas com deficiência.
Vantagens do Teletrabalho para Servidores Autistas
O teletrabalho é particularmente vantajoso para servidores autistas, que podem enfrentar desafios como sensibilidade a estímulos sensoriais e dificuldades de socialização. Trabalhar de casa reduz esses estímulos e proporciona um ambiente controlado, onde o servidor pode organizar seu espaço de trabalho de maneira que melhor atenda às suas necessidades sensoriais e cognitivas.
Durante a pandemia, muitos servidores públicos experimentaram o teletrabalho, e foi observado que, para muitos autistas, houve uma melhoria significativa em sua produtividade e bem-estar. Essa modalidade permite flexibilidade de horários e elimina o estresse do transporte diário, fatores que podem contribuir significativamente para a saúde mental e física.
Implementação e Suporte
Para a implementação efetiva do teletrabalho, é essencial que as administrações públicas ofereçam suporte tecnológico adequado e treinamento, tanto para os servidores quanto para os gestores. É necessário garantir que todos tenham acesso às ferramentas e recursos necessários para realizar suas tarefas de forma eficiente.
Conclusão e Aconselhamento
O teletrabalho emergiu como uma prática inclusiva que não só beneficia servidores públicos autistas, mas também promove uma maior diversidade no ambiente de trabalho público. Servidores que se sentem mais confortáveis e apoiados em suas necessidades individuais tendem a ter um desempenho melhor e contribuir de forma mais significativa para seus papéis.
Para servidores públicos autistas interessados em teletrabalho, é recomendável consultar o departamento de recursos humanos para entender as políticas específicas de sua entidade empregadora e buscar orientação sobre como proceder para solicitar essa modalidade de trabalho. Se houver dificuldades em requerer seu direito, procure o NAIA para pessoalmente para mais informações, ou deixe seu comentário aqui!
___
Artigo escrito por Rodrigo Vitor Couto do Amaral
Advogado especialista inscrito na OAB/GO 30.089
Contato: Instagram: @adv.rodrigovitor
e-mail: rdgvitor@gmail.com
Contato: (62) 3933-2728
Leia outros artigos correlacionados:
Comments