Transporte médico gratuito: direitos adquiridos
- Rodrigo Vitor Couto do Amaral
- 25 de jul. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 7 de jan.

Transporte Médico Obrigatório: Direitos dos Pacientes e Consequências da Negativa pelos Planos de Saúde
Os planos de saúde são um serviço essencial para garantir que os pacientes recebam o tratamento necessário de maneira eficaz e tempestiva. No entanto, situações em que tratamentos especializados não estão disponíveis na cidade do paciente podem gerar desafios significativos. Para abordar essa questão, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabeleceu regulamentações que obrigam os planos de saúde a fornecerem ou reembolsarem o transporte necessário para que o paciente possa receber o tratamento em outra localidade. Neste artigo, vamos explorar os direitos dos pacientes, os tipos de transporte disponíveis e as consequências da negativa de autorização por parte dos planos de saúde.
Direitos dos Pacientes
Segundo a Resolução Normativa nº 428/2017 da ANS, os pacientes têm o direito de receber transporte gratuito para tratamentos fora de sua cidade quando não houver profissional ou serviço especializado disponível na localidade. Esse transporte pode ser terrestre ou aéreo, dependendo da condição médica do paciente e da urgência do tratamento.
Tipos de Transporte Disponíveis
1. Transporte Terrestre:
Ambulância: Para pacientes que necessitam de cuidados médicos contínuos durante o transporte.
Van ou Carro: Para pacientes que não precisam de cuidados médicos durante o transporte, mas que necessitam de um meio de transporte especializado.
2. Transporte Aéreo:
Avião Comercial: Para pacientes que podem viajar em voos comerciais, com ou sem assistência médica.
Avião Ambulância: Para casos de emergência ou quando o paciente necessita de cuidados médicos durante o voo.
Helicóptero: Em situações de emergência ou onde o acesso por outros meios de transporte é difícil ou demorado.
Procedimento para Solicitação de Transporte
Solicitação Médica: O médico responsável pelo tratamento deve fazer uma solicitação formal, indicando a necessidade do transporte para o tratamento específico.
Autorização da Operadora: A operadora do plano de saúde deve autorizar o transporte. Em casos de urgência, essa autorização deve ser dada rapidamente.
Reembolso: Se o paciente tiver que pagar pelo transporte inicialmente, ele tem o direito de solicitar o reembolso, apresentando os comprovantes e a autorização prévia da operadora.
Consequências da Negativa de Autorização
Caso o plano de saúde negue a autorização do transporte solicitado pelo médico, os pacientes ou seus representantes podem tomar as seguintes medidas:
Revisão da Negativa: Solicitar uma nova revisão, incluindo mais detalhes ou justificativas adicionais do médico.
Reclamação na ANS: Registrar uma reclamação na ANS, que pode intervir e exigir que a operadora reveja a negativa.
Reclamação no Procon: Registrar uma reclamação no Procon para mediar o conflito com a operadora do plano de saúde.
Ação Judicial: Ingressar com uma ação judicial solicitando a autorização do transporte ou reembolso dos custos, podendo incluir um pedido de liminar em casos urgentes.
Consequências Graves: Morte do Paciente
Se a demora na autorização do transporte resultar na morte do paciente, os responsáveis pelo plano de saúde podem ser responsabilizados civil e criminalmente. Os familiares do falecido podem ingressar com uma ação de indenização por danos morais e materiais, além de levar o caso ao Ministério Público para investigação criminal. A negativa indevida ou a demora injustificada no fornecimento do transporte necessário pode configurar falha na prestação do serviço, resultando em sérias implicações para a operadora do plano de saúde.
Conclusão
Os pacientes têm direitos claros e bem definidos quando se trata de transporte para tratamentos médicos fora de sua cidade. Os planos de saúde são obrigados a fornecer esse serviço, garantindo que os pacientes recebam o tratamento necessário de maneira oportuna. Em caso de negativa, os pacientes têm várias opções para buscar justiça e garantir seus direitos. É essencial que os pacientes e seus familiares estejam cientes desses direitos e saibam como agir em situações de negativa de autorização.
Para garantir que essas regras sejam cumpridas e que a saúde dos pacientes não seja comprometida, é fundamental a conscientização sobre esses direitos e a disposição para buscar as vias legais adequadas quando necessário.
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Artigo escrito por Rodrigo Vitor Couto do Amaral
Advogado especialista inscrito na OAB/GO 30.089
Contato: Instagram: @adv.rodrigovitor
e-mail: rdgvitor@gmail.com
Contato: (62) 3933-2728
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